sexta-feira, 4 de julho de 2008

Encontrado corpo de Padre Adelir no Rio de Janeiro




A família do padre Adelir Antônio de Carli, que desapareceu no fim de abril após decolar preso a balões de gás hélio no Litoral do Paraná, informou na tarde desta sexta-feira (4) que espera uma confirmação do Instituto Médico Legal (IML) de Macaé, no Rio de Janeiro, sobre a identificação do corpo encontrado pela Petrobras a 100 quilômetros da costa do município no norte fluminense na quinta-feira (3).
Um corpo, que supostamente seria do padre Adelir, foi encontrado por tripulantes do rebocador Anna Gabriela na Bacia de Santos.

Segundo informações da Petrobras, o corpo estava vestido com as mesmas roupas descritas como as que o padre usava ao desaparecer, e trazia preso uma mochila semelhante a que o sacerdote carregava no dia do seu desaparecimento. “As roupas e os tênis indicam que é ele", informou a empresa, por meio de sua assessoria.
Outro indício de que o corpo realmente é dele foi apresentado pelo próprio IML de Macaé. Junto ao corpo, além dos restos que provavelmente sejam da mochila, foi encontrada uma cadeirinha semelhante a que o padre usou na decolagem com os balões.
De acordo com Sérgio de Carli, sobrinho do padre, “não há nenhuma informação concreta”. “Estamos fazendo ligações para saber o que fazer.”
A família ainda afirma que espera mais informações para tomar as decisões necessárias. Em entrevista à rádio CBN, Marcos de Carli, irmão do padre, afirmou que ficou sabendo pela imprensa e que tinha esperanças que Adelir estivesse vivo. "Se for realmente comprovado vamos buscar o corpo lá". O pai de Adelir, Deonísio de Carli, confirmou que “aguarda informações precisas do IML e que, depois de confirmadas as suspeitas, a família irá ao Rio de Janeiro”.
O IML de Macaé informou que o corpo já se encontra no instituto e aguarda a família para identificação. Para saber se o corpo encontrado é realmente do padre, o IML afirma que fará um teste de DNA e que o resultado deve sair em 30 dias.
A partir desta segunda-feira (7), o material será mandado ao Rio de Janeiro para análise e a família do padre será chamada para confrontar os dados. Segundo o delegado Daniel José Gomes, da 123ª DP (Macaé), ainda não há como afirmar que o corpo é do padre, mas serão recolhidos materiais das partes encontradas e de familiares. “Ainda é cedo para afirmar alguma coisa. Vamos entrar em contato com a família e pedir o exame de DNA. Pode ser também do piloto que desapareceu num acidente naquela região e até hoje não foi encontrado”, explicou o delegado.
Vôo
O padre havia saído da cidade de Paranaguá na manhã do dia 20 de abril, um domingo, alçando vôo preso a balões de gás hélio e deveria pousar em Dourados (MS). Os ventos e o mau tempo teriam desviado o padre Carli de seu percurso, levando-o à costa catarinense.
Com informações dadas na época do desaparecimento pelo Corpo de Bombeiros da cidade, pelas coordenadas recebidas da Capitania dos Portos, o balão teria desaparecido em uma região próxima ao balneário de Penha, que fica a cerca de 74 quilômetros de São Francisco do Sul, no estado de Santa Catarina.
Suspenso por cerca de mil balões, Carli queria ficar 20 horas no ar e bater o recorde neste tipo de vôo. Segundo a equipe que apoiava o padre, o recorde neste tipo de vôo pertence a dois norte-americanos, que ficaram 19 horas no ar.
Além do recorde, o padre dizia ainda que iria divulgar a Pastoral Rodoviária, de apoio a caminhoneiros. Mesmo com o céu nublado e pancadas de chuva, o padre manteve o vôo. Segundo o empresário José Agnaldo de Morais, da equipe de apoio, Carli chegou a ser aconselhado a adiar a viagem, mas se recusou.

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